A Logística no
Brasil
Na década de 60, o mercado estava de
certo modo sob o controle das empresas, pois os mercados não eram tão dinâmicos
e globalizados quanto os de hoje, em dia, as mudanças ocorriam de forma lenta e
os produtos tinham um ciclo de vida longo. Para que a maioria das empresas
chegassem ao cenário atual, a logística teve uma participação muito importante
nessas mudanças.
No mercado nacional essas mudanças só
começaram a acontecer de forma mais rápida na década de 90, quando teve início
o processo de redução das alíquotas de importação, logo após esse período houve
uma grande dificuldade para a maioria das empresas nacionais, pois estas não
estavam preparadas para uma abertura de mercado.
A Logística no Brasil vem
constituindo-se em um negócio de grandes proporções que evoluiu muito
rapidamente nos últimos anos, e passou por profundas transformações em direção
a maior sofisticação.
Introdução
Na indústria, nos anos 60 quando a
concorrência era menor, os ciclos dos produtos eram mais longos e as incertezas
do mercado mais controláveis, tinha sentido perseguir a excelência nos negócios
através da gestão eficiente de atividades isoladas como compras, transportes,
armazenagem, fabricação, manuseio de materiais e distribuição.
Hoje, com os mercados cada vez mais
dinâmicos e globalizados, os clientes ficaram cada vez mais informados e
exigentes. Para satisfaze-los, são necessários produtos com ciclos de vida bem
mais curtos e com semelhança tecnológica muito grande. Surgiu, então, o
conceito de logística integrada que significou considerar como elementos de um
sistema todas as atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo
de produtos, desde o período de aquisição dos materiais até o ponto de consumo
final; assim como os fluxos de informações que gerem os produtos em movimento.
No Brasil estas mudanças vieram a
ocorrer principalmente após 1990, quando houve a redução das alíquotas de
importação, desde então, as empresas Brasileiras tiveram que passar a ser mais
competitivas, por causa do aumento da concorrência ou poderiam perder seu
mercado, ou até mesmo fechar as portas. Devido a essas mudanças a logística vem
tendo cada vez mais, um papel muito importante dentro das empresas.
A Logística no Brasil vem
constituindo-se em um negócio de grandes proporções que evoluiu muito
rapidamente nos últimos anos, resultados de pesquisa realizada pelo CEL em 2003
indicam que em seu conjunto as 500 maiores empresas industriais brasileiras
gastam cerca de 7% do se faturamento por ano, com suas operações logísticas. A
logística no Brasil passou por profundas transformações em direção a uma maior
sofisticação. Essas transformações são evidenciadas em diferentes aspectos,
sejam eles relacionados à estrutura organizacional, às atividades operacionais,
ao relacionamento com os clientes, ou às questões financeiras (FIGUEIREDO,
2003).
Objetivos
Mostrar de forma resumida como foi a
evolução da logística no Brasil, e mostrar como este setor na atualidade tem um
papel cada vez mais importante dentro das empresas nacionais.
Materiais e Métodos
Até 1990, quando teve início o processo
de redução das alíquotas de importação, as empresas brasileiras não
demonstravam maior preocupação com a questão da competitividade. Acomodadas com
a falta de competição, num ambiente de reservas de mercado, e convivendo com
uma conjuntura favorável de demanda, as empresas davam pouca atenção às
questões de qualidade e produtividade. Afinal de contas, porque empresas iriam
investir em melhoria de qualidade, aumento de produtividade e melhores serviços
aos clientes, se existiam um amplo mercado consumidor, um baixo grau de
concorrência e uma elevada inflação que permitia aplicar os recursos
financeiros com altas taxas de juros?(Fleury, 2000).
No início da década de 90 a situação
começou a se modificar, pois nesta época houve um aumento de concorrência em
função da abertura do mercado brasileiro ao mercado globalizado. Além disso,
nesta mesma época, em consequência do plano real, houve um aumento no poder de
compra dos consumidores. Já em seu relatório anual de 1990, o World
Competitiviness Report questionava a capacidade das empresas brasileiras de
sobreviverem à competição internacional, através apenas de investimentos na
melhoria da qualidade e dos processos internos. Com a globalização e o crescente
aumento da competição tornou-se necessário olhar além das fronteiras
individuais das empresas, na direção do canal de distribuição, buscando maior
cooperação e integração, desde o consumidor final até o fornecedor de matéria
prima (Fleury, 1993).
A abertura do mercado brasileiro e o
sucesso do plano real provocaram uma grande mudança no relacionamento
cliente-fornecedor, o fornecedor passou a ser mais exigido pelos clientes e o
aspecto preço passou a não ser mais o único fator determinante no processo de
compra. Segundo dados da pesquisa feita pelo CEL (2003) o fator preço ainda é
muito importante na decisão de compra no varejo, porém outras variáveis, como
produto e serviços ao cliente, vêm apresentando-se cada vez mais como fatores
significativos nas decisões de compra.
Das muitas mudanças ocorridas no
ambiente empresarial, talvez a maior seja o enfoque na "velocidade",
alavancada pelo boom dos computadores e das telecomunicações. Tudo isso traz
conseqüências nas práticas de trabalho das empresas, que devem desenvolver
estruturas organizacionais capazes de responder com rapidez e flexibilidade às
exigências do mercado. Segundo Bowersowx e Closs (2001), a construção de uma
vantagem competitiva baseada na competência logística, diferenciará a empresa
no mercado, dificultando a cópia por parte dos concorrentes. Todavia como não
há ambiente competitivo estático, caberá à empresa analisar o desempenho
logístico sob uma ótica dinâmica, na qual seja levado em consideração o fato de
que as necessidades dos clientes estarão continuamente em modificação.
Segundo Dantas (2000), a logística
aparece neste contexto, como uma ferramenta fundamental, ao contribuir para o
aumento da flexibilidade, melhoria nos serviços e redução dos custos; fatores
imprescindíveis para qualquer empresa competir no cenário atual.
Diante deste novo contexto, caberá à
empresa implementar estratégias de marketing, que levem em consideração esta
nova realidade e que permitam diferencia-la de seus concorrentes. De acordo com
Bowersox e Closs (2001. p 307 "... para implementar uma estratégia de
marketing é fundamental levantar e conhecer todas as atividades relacionadas ao
processo de conquista e atendimento a clientes. Logística é uma das
competências chave que podem ser desenvolvidas como parte central da
estratégia". Ainda segundo o autor, a construção de uma vantagem
competitiva baseada na competência logística, diferenciará a empresa no
mercado, dificultando a cópia por parte dos concorrentes.
Todavia como não há ambiente competitivo
estático, caberá à empresa, analisar o desempenho logístico sob uma ótica
dinâmica, na qual seja levado em consideração o fato de que as necessidades dos
clientes estarão continuamente em modificação.
Segundo Fawcett (1996), através de
gerência dos processos logísticos pode se obter resultados diferenciados de
satisfação do cliente, com redução de custos. Para o autor a logística
representa uma importante opção, não só porque aumenta a eficiência
operacional, mas também por que pode levar de forma consistente a aumento da
lealdade do cliente.
Daugherty (1992) complementa e diz que
está claro que é importante estar apto a customizar os serviços ao cliente e
responder rapidamente às demandas dos mesmos, no entanto, isto somente irá se
transformar em vantagem competitiva, se as margens e a lucratividade da empresa
não forem sacrificadas.
Segundo Figueiredo (2003), a logística
no Brasil também vem se constituindo em um negócio de grandes proporções que
evolui muito rapidamente nos últimos anos. Resultados de pesquisa realizada
pelo CEL em 2003 indicam que em seu conjunto as 500 maiores empresas
industriais brasileiras gastam cerca de R$ 39 bilhões por ano com suas
operações logísticas, o que equivale, na média, a 7% de seu faturamento. É bom
lembrar, no entanto, que esse percentual varia significativamente entre
empresas e setores industriais, numa faixa que vai de menos de 5%, a mais de
20%. No país como um todo, estima-se que os gastos com logística atinjam o
montante de R$ 160 bilhões por ano.
De acordo com Figueiredo (2003), nos
últimos anos, a logística no Brasil passou por profundas transformações em
direção a maior sofisticação. Essas transformações são evidenciadas em
direfentes aspectos, sejam eles relacionados à estrutura organizacional, às atividades
operacionais, ao relacionamento com os clientes, ou às questões financeiras.
Por exemplo, numa proporção cada vez maior de empresas, o principal executivode
logística situa-se nos mais altos níveis hierárquicos. Por outro lado, o escopo
das operações logísticas já ultrapassou claramente as fronteiras clássicas do
transporte e da armazenagem.
Tradicionalmente, a logística sempre
foi vista como um conjunto de atividades operacionais, gerenciadas de forma
fragmentada por gerentes com baixo nível hierárquicos. À medida que o conceito
de logística integrada foi difundindo-se entre empresas e tornando-se mais
sofisticado, o nível hierárquico de seu principal executivo foi elevando-se,
até atingir os patamares mais elevados das organizações. Esse fenômeno que
ocorreu nos Estados Unidos da América e Europa, nas últimas duas a três
décadas, parece já ter chegado ao Brasil (FIGUEIREDO, 2003).
Quando analisados de forma segmentada,
ou seja, por grupo de setores, os resultados permitem constatar que o nível hierárquico
varia em função do setor considerado. Por exemplo, no segmento de bens de
consumo não duráveis, a proporção de executivos de logística ocupando posições
de diretoria é substancialmente maior que nos outros segmentos considerados.
Isso está a indicar que o setor de bens de consumo não duráveis vem evoluindo
mais rapidamente do que os demais nos que diz respeito à importância atribuída
à logística. Isso talvez se explique pelo fato de que essa classe de produtos
se caracteriza por ser intensiva em distribuição, ou seja, utiliza canais de
distribuição compostos por enorme quantidade de pontos-de-venda, o que
resultaria em um maior desafio logístico(FIGUEIREDO, 2003).
A evolução da logística ao longo do
tempo pode ser medida entre outras coisas pelo conjunto de atividades
executadas no âmbito de sua responsabilidade. A observação das grandes empresas
brasileiras indica uma significativa diversidade de atividades sendo realizada
pela organização logística, os resultados surgerem alto grau de diversificação
das operações, compatível com países mais desenvolvidos. Dentre as atividades
logísticas, aquela que consome a maior parte dos recursos é o transporte. Esta
também é a operação que apresenta os custos mais visíveis, por ser quase
totalmente terceirizada nas empresas. No caso dos custos associados a outras
operações logísticas, como a armazenagem e a gestão de estoques, nem sempre são
considerados alguns custos menos visíveis ou que não representam desembolsos
diretos, como os custos de oportunidade e depreciação(FIGUEIREDO, 2003).
Conclusão
No início da década de 90, quando houve
a abertura do mercado brasileiro ao mercado globalizado, e também partir
implementação do plano Real, houve grandes avanços na logística brasileira.
Nesse período foi necessário que as empresas brasileiras se adaptassem
rapidamente a situação, e elas despertaram para importância da logística como
vantagem competitiva de mercado. Mas mesmo com os grandes avanços da logística
ocorridos até os dias de hoje, ainda existem muitas empresas trabalhando na
primeira fase, isto é controlando seus fluxos logísticos através de estoques e
tendo seus diversos setores atuando de forma isolada.
Fonte: Techoje
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/312