quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Milk Run

Um sistema para a logística dos suprimentos

 Milk run significa literalmente corrida do leite e ele deriva do processo de um transportador passar em duas ou mais fazendas sem cruzar caminho na rota, retirar o leite e, em seguida, entregá-lo a uma empresa de laticínio. Essa técnica era adotada pelos produtores de leite nos EUA e atualmente vem sendo usado na indústria automobilística. O milk run é um sistema de coletas programadas de materiais, que utiliza um único equipamento de transporte, normalmente de alguma transportadora para realizar as coletas em um ou mais fornecedores e entregar os materiais no destino final, sempre em horários pré-estabelecidos. Assim, esse sistema de coleta programada de peças permite um maior controle sobre as peças realmente necessárias e utiliza uma maior frequência de abastecimento (lotes menores) com consequente redução de estoques.



O milk run possibilita um bom ambiente para a introdução, manutenção e melhorias de administração Just-in-Time, por também ter como uma de suas características a redução de estoques em toda a cadeia de suprimentos. Seus obejetivos incluem: reduzir os custos logísticos; controlar os materiais que estão sendo transportados; reduzir os níveis de estoque; uniformizar o volume de recebimento de materiais; e agilizar o carregamento e o descarregamento. Já entre os seus benefícios podem ser citados: os embarques programados segundo a necessidade do cliente – uso de janelas de coleta com data, horário e quantidades pré-estabelecidas; os estoques reduzidos devido à pulverização de embarques; o nivelamento do fluxo diário de recebimento de materiais e redução do trânsito interno na fábrica; a otimização na utilização (capacidade volumétrica) dos equipamentos de transporte, o que reduz bastante os custos associados à movimentação de materiais; a melhoria nos serviços de manuseio de materiais, possibilitado pelo uso de embalagens padronizadas e reutilizáveis e pela maior agilidade no carregamento e descarregamento dos veículos; a redução substancial nos custos de manutenção de estoques, pois o que chega dos fornecedores pode alimentar diretamente a linha de produção; e possibilita a implementação de sistemas Just-in-Time integrado nas empresas parceiras.
Segundo os especialistas em logística, um exemplo prático de milk run na indústria automobilística é a utilização de um transportador para fazer a coleta dos suprimentos em vários fornecedores de uma região e seguir em direção á montadora. Dessa forma, evita-se utilizar um transportador ou veículo para cada fornecedor, reduzindo custos com fretes e estocando apenas o necessário. Para se obter um bom sistema de milk run fornecedores, operadores logísticos e clientes têm de estar sincronizados, possuir um bom canal de comunicação entre esses elos e cumprir com as devidas responsabilidades. Os fornecedores devem ter materiais prontos para embarcar na doca de expedição, na quantidade programada para o dia, observando os seguintes pontos antes da chegada do caminhão – embalagens padronizadas, devidamente paletizadas, etiquetadas e com a documentação emitida. Os operadores logísticos devem cumprir os tempos programados nas janelas de coleta (nos fornecedores) e janelas de entrega (nos clientes). Os clientes devem aos fornecedores todas as informações necessárias para a programação de suas fábricas – previsão da produção (por 15 semanas, por exemplo), programação da produção (três semanas, por exemplo) e o ajuste final diário. Por fim, não se pode esquecer da roteirização. Como o transporte é um dos principais personagens do sistema, é essencial o uso de bons softwares roteirizadores para a definição das melhores rotas para a coleta e entrega de materiais, de forma a reduzir a distância percorrida e o transit-time dos produtos.
O leitor precisa entender que tudo isso faz parte da cadeia de suprimentos que é a de integração dos processos de negócios desde o consumidor final até o fornecedor primário, sendo a logística parte dos processos da cadeia que liga clientes e fornecedores. Nesse sentido, surge então a expressão logística integrada ou logística empresarial como sinônimo de cadeia de suprimentos. A logística integrada contempla a logística inbound (abastecimento), a logística interna e a logística outbound (distribuição). Deve lembrar que do conceito de cadeia produtiva e de suprimentos. O termo cadeia produtiva é utilizado em geral para a determinação do conjunto de atividades de um segmento de mercado, por exemplo: cadeia produtiva da indústria farmacêutica, da indústria têxtil, da indústria cosmética, etc. A cadeia de suprimentos é parte de uma ou de várias cadeias produtivas envolvendo as estratégias e atividades de planejamento, movimentação e armazenagem de materiais desde a matéria-prima até o produto final, enquanto a cadeia produtiva refere-se à estrutura geral do segmento de mercado.
A estrutura da cadeia de suprimentos consiste de organizações com processos de negócios interligados, ou seja, processos que produzem valor para o cliente. Os componentes gerenciais da cadeia são administrados de modo integrado entre as organizações que participam da estrutura da cadeia. Os processos de negócios-chave relevantes para a gestão da cadeia de suprimentos que devem ser tratados em conjunto pelos membros da cadeia são: gestão do relacionamento com clientes; gestão do serviço ao cliente; gestão da demanda; gestão do processamento de pedidos; gestão do fluxo de produção e de operações; gestão dos fornecedores; e projeto e desenvolvimento de produtos e processos.
Fonte: Qualidade on Line 

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