quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Especialistas preveem atrasos nos projetos de logística

Para Paulo Fleury, professor da Univerdade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor-geral do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), as projeções do BNDES são otimistas.
Além de dar como certo o atraso na realização do leilões por conta do vaivém nos modelos de concessão, o especialista prevê atrasos nas obras por falhas dos projetos executivos de portos, aeroportos, ferrovias e estradas. Por isso, o aumento dos desembolsos do banco por si só não é considerada uma prova de que o PIL será bem-sucedido.
"O BNDES vai subsidiar projetos mal desenhados. Em algum momento os problemas de execução vão aparecer, estendendo o prazo das obras e elevando custos", afirma Fleury.
Ele cita, como exemplo, os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) elaborados para o setor. Segundo seus cálculos, o atraso médio nessas obras é de 48 meses e o estouro no orçamento dos 12 maiores projetos é de, em média, 85%.
O economista Cláudio Frischtak, sócio da Inter.B Consultoria, pondera que 2015 será um ano de ajustes na economia, pós-eleições para presidente e governadores. Esse fator, somado aos problemas encontrados até aqui nas concessões, tornaria mais factível empurrar para 2018 a previsão de desembolsos de quase R$ 23 bilhões para logística - alta de 140% sobre 2013.
A demanda excessiva do BNDES e a menor disponibilidade de recursos do Tesouro como funding para a instituição é um potencial gargalo, comenta Frischtak.
O BNDES projeta que as concessões podem elevar a taxa de investimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) dos atuais 18,4% a 22,2% em 2018. Sem o programa, o porcentual ficaria em 20,7%. Isso significaria quase 4% do PIB em investimentos de infraestrutura.
Indagado sobre as chances de o cálculo se concretizar, Claudio Frischtak é enfático: "Chances reais? Só se o setor privado colocar mais 1,5% do PIB, ou uns US$ 33 bilhões. No atual andar da carruagem, é difícil",reconhece o economista da Inter.B Consultoria.
Fonte : Estadão.com.br

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