sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Está cada vez mais difícil e caro entregar nas grandes cidades. O que a sua empresa está fazendo para transformar esse enorme desafio em uma grande oportunidade?

Aumento de frota causa caos logístico nas cidades
Importante processo de transformação, conhecido como Revolução Industrial, teve início na segunda metade do século XVIII. No século XIX, o fenômeno se espalhou pela Europa, Ásia e América do Norte, alcançando a América do Sul no século seguinte. Assim cobriu todo o planeta.
Houve a substituição de ferramentas por maquinários, da engenharia humana para a energia motriz e do modo de produção doméstica pelo sistema fabril de larga escala. Tudo isso gerou grande demanda de mão-de-obra. Assalariados, esses trabalhadores passaram a consumir mais, exigindo mais produção e mais massa trabalhadora. As cidades atrairam os camponeses e artesãos, ficando cada vez maiores e mais importantes – mais consumo, mais riqueza.
A cidade de Londres, como exemplo, registrava pouco mais de um milhão de habitantes no início do século XIX. Em 1850 já havia mais pessoas vivendo na cidade que no campo. No início deste mesmo século, 3% da população mundial vivia em cidades; em 1900 esse número já era de 14%; em 1950 de 29%; em 1980 de 41%. Na década de 90 ultrapassava a barreira de 50%, em 2000 chegamos próximo a 60% e recentemente, estima-se, que entre 65% e 70% da população mudial viva em grandes cidades.
O Brasil ocupa hoje o 40ª posição em um ranking que considera o % da população urbana em relação à população total. Temos 86%, ficando atrás da Venezuela (93%), Uruguai (92%), Argentina (92%) e Chile (88%).
População nas grandes cidades tende a encolher
População nas grandes cidades tende a estagnar seu crescimento
A concentração nas grandes cidades foi intensificada entre as décadas de 60 e 80, com o êxodo rural e a migração interna, principalmente pelos nordestinos para a região sudeste (principalmente para as capitais São Paulo e Rio de Janeiro). Causou então um crescimento desordenado dessas cidades, gerando caos urbano por falta de infraestrutura básica geral.
O Brasil apresenta um crescimento populacional de 1,26% ao ano ( 107º no ranking da ONU), um pouco acima da média mundial de 1,17%. Mas apesar disso, o número de habitantes nas grandes cidades brasileiras deverá apresentar uma estagnação. Na região sul do Brasil, por exemplo, a taxa de natalidade é inferior a duas crianças por casal. A cidade de São Paulo, nos últimos 10 anos, registra um número superior de emissões de passagens rodoviárias que saem da cidade, se comparadas com as chegadas de passageiros vindos de outras regiões. 
A cidade parece crescer em ritmo menor.
Consideradas metrópoles globais, São Paulo e Rio de Janeiro enfrentam enormes problemas logísticos em função do crescimento desordenado. Se era comum, há alguns anos, realizar 20 a 30 entregas em uma única viagem a cada dia, agora é cada vez mais difícil ultrapassar 10 entregas em um veículo.
As 25 maiores cidades no país também já sentem os efeitos da dificuldade da entrega urbana. Notam seus custos operacionais elevados, produtividade reduzida e nível de serviço ao cliente final fica comprometido.
A questão da mobilidade nas grandes e médias cidades, tem se tornado uma preocupação central do poder público. Tudo por causa dos custos adicionais que são gerados pela dificuldade em locomover-se e o tempo perdido nesse cenário. No caso da cidade de São Paulo, a precaridade do sistema viário, a ineficiência do transporte público e o aumento acelerado do número de veículos tem ocasionado congestionamentos inimagináveis – 293 km de lentidão atingidos em 10.06.2009.
Cidades como Guarulhos (SP) e Joinville (SC) apresentaram um aumento médio anual da frota superior a 8% entre 2001 e 2010 – em nove anos a frota duplicou. Em Brasilia (DF), Belo Horizonte (MG), Blumenau (SC) e Florianópolis (SC), tiveram crescimento por volta de 7% ao ano.
No Brasil, temos 2,94 habitantes por veículo, superior aos índices dos EUA (1,2 por habitante) e Itália (1,5 por habitante). Portanto, ainda temos espaço para crescer as vendas da frota no país.
Já somos a décima maior frota de veículos no mundo, com mais de 25 milhões de veículos circulando. Em São Paulo (capital) cerca de mil novos veículos por dia começam a rodar, tendo uma frota que cresce 5% ao ano. Em função disso, somos vitimados por custos bilionários. Um deles é o tempo ocioso das pessoas no trânsito, um gasto estimado em mais de R$ 25 bilhões por ano. Outros custos estão relacionados ao “desperdício” de combustível – aumento do custo de transporte, gastos adicionais com saúde pública por causa da emissão excessiva de poluentes – estão estimados em mais de R$ 10 bilhões/ano.
Fica a pergunta: O que pode ser feito pelas empresas do ramo logístico, para contornar a situação e identificar oportunidades que possam gerar maior competitividade no mercado das grandes cidades?     
Fonte : Ideias Logísticas 
  

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