A navegação de Cabotagem é aquela que ocorre no mar, na nossa costa marítima, bem como na de qualquer outro país, ligando apenas portos nacionais.
Como exemplo, podemos citar um transporte que se inicia no Porto de Rio Grande, tendo como destino o Porto de Salvador. Uma navegação de Santos até o Porto de Manaus também é uma cabotagem, pois mesmo quando um rio ou um lago faz parte do percurso, a modalidade ainda é considerada Cabotagem.
No Brasil, existe uma extensa costa
marítima e grande parcela do mercado consumidor localiza-se a até 200
quilômetros da costa temos o privilégio de explorar a BR Marítima –
termo cunhado pela Aliança Navegação e Logística – num meio de transporte que é o mais amigável ao meio ambiente pelo baixo teor comparativo de emissão de poluentes.
Houve muitos progressos no uso e divulgação do transporte de Cabotagem
ao longo dos últimos anos. Um marco desta história recente foi a
aquisição da Aliança pelo grupo Oetker, também dono da Hamburg Sud, em
1998. A navegação de Cabotagem para cargas conteinerizadas teve neste marco o início do que conhecemos hoje como cabotagem para o transporte de carga geral de valor agregado.
Passaram-se meros 14 anos desde o ressurgimento do transporte de cabotagem para cargas conteinerizadas. E, importante, apenas quatro operadores: Aliança Navegação e Logística, Log-In Logística, Mercosul Line e Maestra.
A Aliança é a mais antiga, com fundação
em 1950, seguida pela Log-in Logística que é sucessora da Docenave
(subsidiária da Vale na época) e que abriu capital em 2007. A Mercosul
Line é parte do grupo APMoller-Maersk e foi adquirida da P&O
Nedlloyd em 2006 e, finalmente, a entrada em operação da Maestra
Navegação e Logística em 2011 e parte do grupo Triunfo Participações e
Investimentos.
A Cabotagem
no Brasil, assim como em diversos outros países, é um mercado
caracterizado por barreiras regulatórias de entrada. Ainda assim, tem-se
mostrado um desafio para estes operadores gerarem resultados adequados
aos seus acionistas, por várias razões, sendo uma delas a estrutura de
custos operacionais. Desde o custo do navio, da mão-de-obra embarcada, do combustível (bunker), custo de operação nos terminais marítimos, entre outros.
Cada um destes armadores tem sua cobertura portuária nacional, alguns com parcerias operacionais onde o espaço do navio operado por um armador é vendido a outro. Nas suas rotas, muitos portos
são coincidentes como Santos, Suape, Salvador e Manaus e outros com
cobertura mais específica como Itajaí, São Francisco do Sul, Itapoá,
Paranaguá, Itaguaí e Pecém. Resguardadas algumas limitações de
cobertura, podemos dizer que em 2012 o transporte brasileiro de Cabotagem oferece quatro saídas por semana. E isto é um avanço importantíssimo para a logística nacional de longa distância.
Por Clara Rejane Scholles
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