Embora o setor logístico não seja o que mais consome água na economia
brasileira, sem dúvida, também depende desse recurso para operar, não
apenas em relação ao consumo humano em centros de distribuição, mas
também no processo de recarga de baterias para empilhadeiras, na lavagem
de caminhões, na limpeza de paletes e pisos. Por esse motivo, é
importante desenvolver uma estrutura ou planejamento para racionalizar o
uso da água, tornando o consumo mais ambiental e economicamente
sustentável.
E por quê dar atenção a esse assunto? Simples. Porque grandes
cidades, como São Paulo, já não oferecem novas fontes de água limpa
inexploradas e, segundo a Secretária de Estado de Saneamento e Recursos
Hídricos de São Paulo, o consumo da região metropolitana deve subir 40%
até 2035. Com o aumento do consumo e a falta de recursos, a conta
matemática não fecha. Cria-se, então, algo que qualquer primeiranista de
ciências exatas conhece bem, aumento de preços para controlar uma
demanda maior do que a oferta.
Com o aumento do preço da água, as empresas que não repassam esse
valor diretamente ao produto final, passarão a fazê-lo, tornando a cadeia
de abastecimento mais cara e insustentável a longo prazo. De certo
modo, esse movimento forçará investimentos para reduzir a dependência de
água, como a adoção de processos de limpeza a seco, instalação de
sistema de reuso de água, tratamento de esgoto e reservatórios para água
de chuva. No entanto, essas alternativa já não serão acessíveis a
todos, o que, provavelmente, enxugará o número de empresas no mercado,
eliminando aquelas que não conseguirem aderir a “precificação” dos novos
tempos.
Esse cenário é possível, mas não exato e pode ser evitado com um
planejamento (e investimento) ainda em tempo de ser incorporado à
cultura da empresa. É certo que já há um atraso e o deadline (data final ) já
bate na porta de algumas corporações, mas é melhor agir agora, do que
fechar as portas por falta de investimento em crescimento sustentável.
Fonte: Revista Intra Logística
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