Para Bernardo Figueiredo, País inverte logística ao fazer transporte de longa distância por rodovias
A construção de ferrovias é mais importante para o país do que a
duplicação ou ampliação da malha rodoviária. A avaliação é do presidente
da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Para
ele, o país está invertendo a sua logística, pois faz o transporte de
longa distância por meio das rodovias e utiliza as ferrovias apenas para
curtas distâncias.
E qualquer análise que se faça diz exatamente o contrário: a ferrovia
é mais competitiva na longa distância e a rodovia é mais competitiva na
curta distância. Nós temos um custo logístico muito alto em função
dessa inversão, estamos transportando da forma errada, e a rodovia é
estruturalmente mais cara do que as outras modalidades na longa
distância”, avalia.
Segundo Figueiredo, um único trem é capaz de substituir até 300
caminhões no transporte de cargas. Para ele, é preciso providenciar
urgentemente a substituição do transporte rodoviário pelo ferroviário,
porque isso vai impactar positivamente nos portos, no
descongestionamento das rodovias, na travessia dos centros urbanos e na
redução do custo logístico. “Temos que construir urgentemente uma malha
interior que permita tirar a pressão que tem no [sistema] rodoviário
hoje e transferir a carga com menores custos para o ferroviário”.
O Programa de Investimentos em Logística, lançado em agosto do ano
passado pelo governo federal, prevê a duplicação de 7,5 mil quilômetros
de rodovias e a construção de 10 mil quilômetros de ferrovias, com
concessão à iniciativa privada.
Fonte: Sabrina Craide / Agência Brasil
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