A segunda fase da maratona do governo para destravar a logística
nacional, passada a maratona para aprovar a MP 595 no Congresso, o maior
desafio do governo federal, será acelerar os investimentos em logística
de forma simultânea, privilegiando a intermodalidade.
Embora a oferta de transporte marítimo seja baixa, a falta de
caminhos alternativos acaba sobrecarregando portos do Sul e Sudeste,
enquanto outros terminais operam até de forma ociosa. Na área de grãos,
quase dois terços da produção exportada acaba saindo por Santos (SP) e
Paranaguá (PR). O restante é dividido entre 16 terminais espalhados pela
costa.
"Há falta de comunicação entre portos e produção. Em outro país,
se um caminhão ficasse parado 30 horas numa fila, o dono da carga
imediatamente mandaria o veículo para outro porto", diz o diretor do
Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), José Tavares
de Araújo. "Mas aqui não há muita alternativa", diz ele.
De acordo com Araújo, com a abertura de novas rotas, a
concorrência tende a aumentar. Esse é um dos principais objetivos do
governo com o novo marco regulatório dos portos, mas também foi um dos
principais motivos de resistência na aprovação da MP. "Hoje, quem tem um
terminal marítimo tem mais poder de compra do que quem não tem", diz o
consultor da Porto Assessoria, Nelson Carlini.
Segundo ele, sem alternativas para escoar a produção, os
agricultores ficam nas mãos de poucos terminais com capacidade para
embarcar a carga. Ou usa o porto ou corre o risco de perder a
mercadoria, já que a armazenagem é outro gargalo do país. "Se o produtor
puder escolher por onde exportar, a situação muda completamente",
afirma Carlini.
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