Brasil precisa investir R$ 600 bilhões para driblar gargalos
O déficit da área de transportes no País já soma R$ 600 bilhões.
Este seria o montante necessário para suprir os
gargalos imediatos
do setor, conforme estudo desenvolvido pela Empresa
de Planejamento
e Logística (EPL) em parceria com o Movimento
Brasil Competitivo (MBC).
Segundo o diretor da estatal, Hederverton Santos,
mesmo que metade
do investimento já esteja sendo aplicada em programas
como o PAC,
ainda faltam iniciativas que resolvam a
carência do eixo que a EPL chama de "estruturante".
"Basicamente,é necessário investir em complementação de linhas da
Malha
Ferroviária e na remodelação de quase a totalidade (20 mil quilômetros)
da
malha rodoviária brasileira", sinalizou o
executivo durante o Fórum de
Infraestrutura e Logística, promovido pela Câmara
Brasil-Alemanha, em Porto Alegre.
Além de trabalhar a longo prazo no Plano Nacional
de Logística Integrada, a EPL
tem avaliado a viabilidade de novas ondas de
investimentos? em estudo em
conjunto com o MBC e deve apresentar o resultado ao
Ministério dos Transportes
em breve. Santos afirma que o Brasil perde em
competitividade para outros
países ao investir pouco em infraestrutura.
"A análise do que precisa ser feito
partiu dos polos onde estão as 10 principais
cadeias produtivas do Brasil e
como se dá o deslocamento da produção e ligação
entre elas", resume odiretor da EPL.
Um estudo do transporte de cargas realizado em 2010 pela Federação das
Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) também identificou os
polos
produtivos dos três estados da região Sul e o tipo
de transporte utilizado,
além dos destinos das produções dentro e fora do
País. Em sua palestra no fórum
sobre logística, o presidente da entidade, Heitor
José Müller, lembrou que o
levantamento foi entregue à Empresa Brasileira de
Logística do governo federal
e apresentado também ao governo estadual e a
diversas prefeituras do Rio Grande do Sul.
"Com as novas tecnologias, o setor agrícola
está produzindo cada vez mais
por hectare (a produção cresceu 24% sem que
aumentasse as áreas), e tudo isso
precisa ser transportado. Se nada for feito até
2020, será um caos",
argumentou Müller, ao defender iniciativas como as
duplicações de estradas, por
exemplo. "O caminho desde as áreas de produção
até o porto do Rio Grande é
muito longo, e gasta-se muito tempo com os
caminhões enfileirados, porque não
há duplicação nestas rodovias",
reclamou.
"A grande maioria das indústrias já fez o dever de casa:
implementou
equipamentos, aumentou funcionários, reduziu custos para competir. Mas
do
portão para fora, continuam os problemas. "Com
altos gastos em logística,
a perda de produção e da atividade industrial no
Estado e no País é uma das
consequências", lembrou Müller. "O nosso
PIB seria bem maior se não
existissem as amarras da
falta de infraestrutura", sentenciou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário